05/04/2024 às 15h37min - Atualizada em 05/04/2024 às 15h37min
Embaixada brasileira nos EUA recebe empresário gaúcho que busca cura para câncer infantil
FONTE: Erika Borges - [email protected] - FOTO: Divulgação
Fernando Goldsztein e seu filho Frederico
Inspirado pelo filho diagnosticado com meduloblastoma, empresário Fernando Goldsztein criou a MBI para fomentar pesquisas e salvar a vida de crianças do mundo inteiro
Empresário, filantropo e pai, Fernando Goldsztein estará na embaixada brasileira em Washington (EUA), na próxima quarta-feira (10/04), para fortalecer a luta de milhares de crianças e famílias contra o meduloblastoma, o mais frequente tumor pediátrico cerebral. A convite da embaixadora brasileira nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, o gaúcho vai dar um panorama sobre o andamento de pesquisas para cura e avanços no tratamento para este que é um dos tipos de câncer infantil mais agressivos.
O encontro terá ainda a presença do Dr. Roger J.Packer, que é o líder cientifico do projeto e que pertence ao Children's National Hospital, um dos centros pediátricos mais conceituados do mundo. O objetivo é unir forças para consolidar redes de apoio globais capazes de encontrar parceiros científicos, conectar doadores e viabilizar novas pesquisas em prol de uma cura para a doença.
Goldzstein se tornou referência mundial na batalha contra o meduloblastoma em 2021, logo após o filho Frederico ser diagnosticado com a doença. Naquele ano, criou a Medulloblastoma Initiative (MBI), passando a levar adiante a arrojada missão de levantar fundos para descobrir a cura e finalmente erradicar este tipo raro de câncer.
Os recursos captados pela MBI são destinados a pesquisas desenvolvida pelo Consórcio Cure Group 4, que abrange 13 laboratórios instalados nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Até o momento já foram arrecadados mais de U$10 milhões em doações, que devem se intensificar ao longo de 2024 rumo à etapa mais importante do projeto: iniciar os testes clínicos em crianças nos Estados Unidos e, se possível, em primeira mão também no Brasil, o que para Goldsztein seria uma retribuição aos doadores brasileiros.
O consórcio é formado por um seleto grupo de pesquisadores, incluindo alguns dos principais cientistas do mundo que investigam o meduloblastoma. Em menos de três anos, o grupo já conseguiu submeter dois protocolos de testes para tratamento à Food and Drug Administration (FDA) e participou da descoberta do provável mecanismo de desenvolvimento das células que dão origem ao meduloblastoma, descoberta que foi publicada pela prestigiada revista científica Nature.
“Quando falamos de meduloblastoma e de outras doenças raras, mesmo os recursos mais limitados podem causar um grande impacto e salvar milhares de vidas”, Goldsztein. “O apoio da embaixada e do Itamaraty mostra que estamos no caminho certo para mobilizar novos apoiadores e conquistar a merecida visibilidade para um problema que continua negligenciado”, alerta o empresário.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), milhares de crianças são diagnosticadas com o meduloblastoma todos os anos e aproximadamente 30% delas não resistem à doença. Os que são curados são quase sempre vítimas de sequelas para toda a vida em função do tratamento extremamente agressivo para o organismo. “A biomedicina evolui, mas o protocolo para o tratamento continua o mesmo há mais de 30 anos", conta Goldsztein. “A MBInitiative surgiu diante da falta de recursos e de mobilização para dar esperança a crianças que estavam lançadas à própria sorte”, completa.
Acompanhe o site www.mbinitiative.org para saber mais sobre a iniciativa e como ajudar.