15/03/2024 às 14h27min - Atualizada em 15/03/2024 às 14h27min
A tradição mineira de tomar uma cerveja no Mercado Central
Jean Benetti - Sommelier de Cervejas
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Cervejaria Passopreto: visão panorâmica privilegiada de todo o interior do Mercado Central
“Já que Minas não tem mar, eu vou ‘pro’ bar!” (Autor mineiro desconhecido)
Você já escutou essa frase sair da boca de um mineiro? Por aqui ela é muito utilizada, uma brincadeira que, em parte, é verdade. Minas Gerais é o Estado brasileiro que tem mais bares por metro quadrado; e um dos locais com maior concentração de bares é o Mercado Central. Essa tradição mineira - de tomar uma cerveja no Mercadão - se expandiu para muito além de nossa capital Belo Horizonte. Recentemente fiz um tour pelos bares localizados dentro e fora do Mercado de Poços de Caldas e elenquei aqueles que servem, pelo menos, um tipo de cerveja ou chope artesanal, tema central de nossa coluna.
É muito importante lembrar que a ascensão da cerveja artesanal em Poços de Caldas deve muito a um dos precursores da difusão dessa cultura na cidade. O grande Flavião possuía um Box no Mercado há 10 anos (sim, já faz 10 anos!) e, mesmo antes da inauguração das cervejarias em Poços, ele movimentava o cenário cervejeiro não só no Mercado Central, mas também na cidade e região. O Flavião era dono do Box 29, que ficava entupido aos finais de semana e, mais tarde, montou o Açougue 7 (no andar superior). Seu sócio era o Jorginho, da tradicional Mercearia Santos, localizada também no Mercado. Eles serviam alguns chopes e muitas cervejas importadas em uma época em que era raríssimo encontrar cervejas artesanais da nossa região.
Dez anos depois, esses são os points (dentro e fora do Mercadão de Poços) para apreciar uma boa cerveja com os amigos ou na companhia do dono do bar, sempre ao estilo “barriga ou cotovelo no balcão”:
A Cervejaria Passopreto, de meus amigos Fabrício Rick e Crésio Viana, possui 10 torneiras de cervejas artesanais e bebidas alcoólicas mistas no interior do Mercado, no segundo piso, de onde temos uma visão panorâmica privilegiada de todo o interior do Mercado Central. Além disso, eles possuem a famosa ‘kombucha’, com fabricação própria. O conceito da cervejaria tem um viés mineiro: as especialidades são os lanches com ingredientes de nosso Estado, mas o carro-chefe é o pirulito mineiro, nome dado a um belo torresmo em forma circular servido na ponta de um palito. A cervejaria também possui dois outros endereços: um ao lado do Parque Municipal, na Capitão Orlando Manhães Barreto, 120, e o outro na cidade de Niterói (RJ).
Instagram: @passopretopocosdecaldas.
O Bar da Charcutaria Caldense, do meu querido Manoel Cava, também conhecido como Mané, fica ao lado do Passopreto. Para quem não sabe, charcutaria é a arte de preparar a carne produzindo alimentos defumados, curados e embutidos. Os maiores destaques da charcutaria são o pão com linguiça (foto) e o feijão tropeiro, tão bons que até a cerveja fica em segundo plano. Além de garrafas das tradicionais cervejas, possuem duas torneiras de chope: uma de Brahma e outra Gonçalves IPA. Caso o cliente queira levar para casa algum dos produtos da charcutaria, feitos artesanalmente pelo Mané, tem um freezer cheio deles. Além da Charcutaria Caldense ter o acesso por dentro do segundo andar do Mercado, eles ainda têm outra entrada de frente para a Caldense, subindo pela rampa, acesso que permanece aberto mesmo depois do fechamento do Mercadão.
Instagram: @barcharcutariacaldense.
Ainda no interior do Mercado, outro ponto da cerveja artesanal é a Chopperia Box 54, do Cristiano e do Michel, localizada no térreo, passando pela entrada principal, no primeiro corredor, aquele dos queijos, logo à esquerda. São 3 torneiras de Chope Gonçalves, além de garrafas e growlers. Nos finais de semana, os pastéis da estufa são bem disputados, mas meu prato favorito é o fígado com jiló harmonizando com uma bela IPA.
Instagram: @chopperiabox54.
Do lado de fora do Mercadão tem o Box 100 Choperia, do meu caro Half. O bar existe desde 2007 e, no ano passado, passou por uma excelente reforma que mudou toda sua estrutura, deixando o ambiente ainda mais aconchegante. Fica ao lado da entrada do estacionamento lateral (voltado para a Praça das Rosas). Possui 4 torneiras de chope: Brahma Black, Brahma, Heineken e o delicioso IPA Equinox, da Bones. Além disso, há um freezer recheado de cervejas artesanais mais comerciais. As melhores harmonizações são as belas porções de frios, a calabresa acebolada e a porção de fritas.
Instagram: @box100chopperia.
A Choperia e Café do Pedrinho também fica do lado de fora do Mercadão e já foi tema de uma coluna nossa há pouco mais de um ano. Localizada em frente ao estacionamento principal, onde aos sábados ocorre a feira do centro, o ambiente é muito agradável e conta com música eletrônica; os pratos preparados pelo Wesley são sensacionais, com destaque para a costela no bafo (servida aos sábados) e as porções e lanches disponíveis todos os dias. O atendimento é excepcional, tanto do próprio Pedrinho, quanto da Milena. A torre de chope congelada em forma de “T” é um destaque, um plus que agrega a beleza do ambiente. Servem sempre 5 diferentes tipos de chopes que se revezam nas torneiras da casa, o chope Brahma e o Black quase sempre presentes, além de algum Pilsen e um IPA artesanal, mais um estilo da Led Beer normalmente. Instagram: @choperiaecafedopedrinho.
O mais novo bar do Mercado Central é o Boteco Nacional, situado ao lado da Choperia do Pedrinho, inaugurado há pouco mais de um mês. O estabelecimento possui 3 torneiras de chope Gorillaz (nos estilos Lager, IPA e de Vinho). Tentei contato com o proprietário, mas até o fechamento da coluna não obtive resposta. O local é bem aconchegante e compõe a atmosfera animada com o bar vizinho. Nas redes sociais há destaques para salgados, coxinhas e empadas artesanais e algumas belas porções.
Instagram: @boteconacionalpc.
E aí? Bora tomar uma cerveja no Mercado? *O Brand-News não se responsabiliza por artigos assinados por nossos colaboradores