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08/03/2024 às 15h39min - Atualizada em 08/03/2024 às 15h39min

Lute como uma mulher!

TEXTO E FOTOS: Jubinsk - jornalista e repórter fotográfico
Lídia Fernanda da Silva, Beatriz Cavalcante Costa Dias, Ana Gabrielly Pereira G. de Melo e Ana Clara de Camargo


A história das mulheres nas artes marciais é mais antiga que nos esportes; em Poços, a Casa do Atleta tem como missão o treinamento dos melhores atletas do mundo, na disciplina Jiu-Jitsu
 
Proibidas de participarem nas Olimpíadas as mulheres tinham que competir nos Jogos de Hera, uma competição de corridas destinadas só para o sexo feminino.
 
As mulheres só conseguiram ingressar nos jogos principais em 1900, em Londres, nos últimos jogos. A história das mulheres nas artes marciais é mais antiga que nos esportes. Foram proibidas de competir em esportes, no combate sua ajuda e excelência é comprovada desde 479 AC, com a grega Hydne e as Amazonas. Estátuas de mulheres lutando contra homens também foram achadas na Grécia. Em 322 AC, uma das principais Guarda Costas era uma mulher.
 
No Oriente as mulheres também são citadas na história de diversos países. Desde habilidade com espadas, a lendas de mulheres que salvaram os maridos, o sexo feminino sempre esteve junto às artes marciais. A chegada do século 20 fez com que muitos países proibissem a prática de lutas por mulheres. No Ocidente, achavam que eram fracas, e as deixavam muito masculinizadas.
 
A primeira mulher a treinar e ensinar Jiu Jitsu foi Emily Diana Whatts, uma dançarina rica na Inglaterra que se interessou no Judô, mais tarde na parte do chão da arte japonesa. Ela treinava na academia londrina Golden Square Dojo, e chegou a escrever um livro: The Fine Art of Ju Jitsu. Ela também foi pioneira nos estudos, mas rodou o mundo duas vezes mostrando a luta agarrada para homens e mulheres. A lutadora conheceu Gandhi e George Bernard Shaw, e morreu com 101 anos em 1968.
 
O esporte desempenha um papel significativo na vida de todos e das mulheres, em especial, transformando realidades. Reconheço que, ao demonstrar meu envolvimento, com o esporte de maneira assertiva, além retrato, percebo o quanto as mulheres conseguem ser graciosas e enriquecedoras em sua existência individual, na mudança Cultural e Social do mundo. Se destacam pela virtude da PERSITÊNCIA, e desenvolvem diariamente a capacidade transformadora de inspirar e unir comunidades, promovendo valores fundamentais e estimulando o desenvolvimento pessoal e coletivo.
 
Recentemente retratei estas 4 mulheres com histórias inspiradoras, que merecem ser celebradas para além data comemorativa: o Dia da Mulher.
 
Tragam-nos flores e respeito, na prática. Uma data legitima de celebração que nos faz revisitar questões relacionadas à equidade de gênero é imperativo, visando um reconhecimento mais amplo e respeitoso das atividades profissionais desempenhadas por mulheres no cenário esportivo. Muito além # e likes. Essa iniciativa busca quebrar estereótipos arraigados, desafiando a noção de que mulheres são inerentemente frágeis e vulneráveis, destituídas de velocidade, força, resistência e habilidades para práticas esportivas específicas. O enfoque deve recair sobre o mérito esportivo e não perpetuar a visão de que o valor das mulheres no esporte reside apenas em sua aparência física. Promover essa mudança de perspectiva contribui para um ambiente esportivo mais inclusivo, respeitoso e igualitário.
 
A Casa do Atleta (desde 1994) tem como missão o treinamento dos melhores atletas do mundo, na disciplina Jiu-jitsu, proporcionando oportunidades a talentos brasileiros que enfrentam limitações financeiras ou estruturais em suas cidades de origem. O meticuloso processo de triagem, liderado pelo Mestre Paulão Rezende, identifica aqueles com o perfil adequado para uma vida dedicada ao esporte, envolvendo treinos intensivos pela manhã, tarde e noite.
 
Os selecionados têm a perspectiva de realizar intercâmbios em destinos como EUA, Europa, Qatar e Dubai, ampliando horizontes e aprimorando suas habilidades em ambientes esportivos internacionais. Essa abordagem visa não apenas desenvolver talentos atléticos, mas também oferecer uma experiência enriquecedora que transcende fronteiras, contribuindo para o crescimento pessoal e profissional desses atletas promissores.
 
























Ana Clara de Camargo, faixa amarela, 11 anos, reside com sua família e é natural de Poços de Caldas/MG. Embarcou em sua jornada esportiva há 3 anos, impulsionada pela perda prematura de seu irmão, Cléber. Mesmo com tenra idade, sua confiança em Deus permeia sua fala e postura, destacando uma notável dependência espiritual. Determinada a evoluir em seus treinos, ela almeja por vitórias e, se possível, vislumbra a oportunidade de competir e residir em outro País. Com um sorriso contagiante, energia vibrante e determinação evidente, Ana Clara personifica a alegria e a resiliência no esporte, ressignificou o luto, através da luta.
 
Ana Gabrielly Pereira G. de Melo, 26 anos, reside na Casa do Atleta. Faixa roxa e natural de Teresina, Piauí, enfrenta grandes desafios ao buscar realizar seu sonho em Poços. Com os dois filhos, gêmeos, que permaneceram em Piauí, ela busca, através do esporte, construir um futuro promissor para eles. A oportunidade na Casa do Atleta torna-se crucial. Ana dedica-se intensamente, treinando de segunda a sexta, enquanto nos finais de semana trabalha para apoiar sua família, financeiramente. Com a determinação necessária, ela almeja conquistar títulos no Campeonato Brasileiro (Barueri/SP Abril) e alcançar uma notável evolução em sua jornada esportiva.
 
























Beatriz Cavalcante Costa Dias, aos 15 anos, reside na Casa do Atleta. Faixa azul e natural de Santa Rita do Sapucaí/MG, encontra-se em um processo de recuperação de uma lesão no joelho após uma competição. Embora enfrente desafios significativos, ela compartilha a dificuldade de respeitar e exercer a paciência durante esse período, demonstra confiança em seu retorno, ressaltando a importância do apoio recebido tanto do Mestre Paulão Rezende quanto de sua família. Neste contexto, a gratidão é expressa como um elemento fundamental, destacando a relevância do suporte emocional e técnico para superar os obstáculos inerentes à recuperação e retomar suas atividades esportivas de maneira plena e confiante.
 
Lídia Fernanda da Silva, aos 16 anos, faixa azul e originária de Alfenas/MG, compartilhou uma trajetória desafiadora, marcada por idas e vindas nos treinos, enfrentando obstáculos como a contágio pela COVID-19, por 4 vezes, UTI e um período de depressão. O processo de busca pela aceitação familiar para residir na Casa do Atleta revelou-se árduo, exigindo uma superação notável. Apesar das adversidades, Lídia, encontra nas lutas e no tatame uma fonte de força, perseverança e recomeços. Seu objetivo claro é evoluir no esporte, ao mesmo tempo em que mantém um compromisso firme com seus estudos. Essa resiliência diante dos desafios reflete não apenas sua determinação esportiva, mas também sua dedicação integral ao crescimento pessoal e acadêmico.
 
O jiu-jítsu se destaca como um esporte inclusivo para mulheres de todas as idades, oferecendo a oportunidade de aprender técnicas dentro das academias que as capacitam para a prática. Os benefícios abrangentes dessa modalidade refletem tanto no desenvolvimento físico quanto mental das atletas.
Ao participar ativamente dos treinamentos, as mulheres têm a oportunidade de adquirir melhorias substanciais em sua saúde física e mental. Além disso, destaca-se a capacidade coordenativa inata das mulheres, permitindo uma adaptação rápida e eficiente aos diversos aspectos dos treinamentos de jiu-jítsu.
 
Esta abordagem inclusiva proporciona um ambiente propício para o crescimento e o fortalecimento das mulheres no âmbito esportivo, contribuindo para sua saúde integral e competência técnica.
 
“Ter boa opinião sobre ti mesmo e proclamá-la perante o mundo, mas não com palavras altissonantes e sim com boas obras.’’ - Carlos Gracie

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