Livros reúnem atas da instituição desde a sua fundação, em 1963, até 2013
C A educadora Maria José de Souza (Tita) acaba de lançar a obra em dois volumes “Chico Rei 50 anos”, que mostra, por meio da reprodução das atas, o cotidiano da entidade fundada em 1963, com a razão social Chico Rei Clube, transformada para Centro de Cultura em 1988, cujo objetivo principal é congregar a população negra de Poços de Caldas, vindo a se constituir como um instrumento de unidade e representatividade deste grupo social. A publicação do livro, pela Mazza Edições, contou com recursos do mecanismo de Incentivo à Cultura, tendo como incentivador cultural o Hotel Nacional Inn.
“A proposta que apresento consiste em deixar registrada a memória documentada, por meio da impressão editorial, as atas lavradas durante os cinquenta anos de existência da instituição criada e instalada com a razão social Chico Rei Clube, em 1963, como grupo urbano organizado constituído por famílias negras, marcando, no ano de 1988, 25 anos de intensa atividade social, recreativa e cultural em Poços de Caldas, estado de Minas Gerais. E, sobrevivendo, ainda, nos outros 25 anos, com as razões sociais Centro de Cultura Afro Brasileira Chico Rei e Centro Cultural Afro Brasileiro, completando 50 anos de existência no ano de 2013”. Assim a autora apresenta o trabalho.
O projeto envolve a publicação de dois volumes escritos da história do Chico Rei, entidade que congregou a comunidade negra de Poços de Caldas, do ano de 1963 até 2013, com atividades sociais e culturais, cuja principal atividade na área cultural foi reerguer as produções da Festa de São Benedito, não as deixando sucumbir. Trabalhou a autoestima, identidade e cidadania através da proteção das famílias, crianças e jovens na escola e proteção e atenção à população socialmente carente de toda a cidade, inclusive com o lar “Quilombo do Ambrósio”, que atendia aos menores em situação de risco, hoje crianças e adolescentes vulneráveis.
Maria José de Souza (Tita) nasceu em 1939, em Poços de Caldas (MG), onde ainda permanece. Foi professora na área de Humanas, Filosofia e Educação no Ensino Médio e Superior. A sua história social e política foi construída junto às ações do Chico Rei, entidade que representou nos mais significativos momentos de debates que se fizeram em todo o país, a partir da década de 1970. Pertenceu ao Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Minas Gerais, foi vereadora pelo Partido dos Trabalhadores e criou o Conselho Municipal da Comunidade Negra de Poços de Caldas. Não se considera pesquisadora, pois seus escritos correspondem apenas ao registro das atividades de seu cotidiano.