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20/07/2023 às 16h41min - Atualizada em 20/07/2023 às 16h41min

Mitos sobre as cervejas pretas

Jean Benetti - Sommelier de Cervejas
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No Brasil temos uma velha cultura cervejeira popular que sacramentou existirem dois tipos de cerveja preta: a Malzbier e a Caracu. Ou seja, cerveja preta tem que ser doce. Até hoje, há quem associe essas cervejas a um tipo de remédio para grávidas, lactantes, enfermos, crianças, ou até mesmo à melhora da libido e da virilidade.
 
A verdade é que a Malzbier, original da Alemanha, continha algo entre 0,5% e 1% de teor de álcool e era considerada, no passado, um tipo de Biotônico Fontoura. O Brasil pegou esse nome emprestado e criou um estilo que nem é estilo de cerveja, com 4% a 5% de teor de álcool.
 
Mas o que é uma Malzbier? Experimente escrever a palavra em um aplicativo de tradução, do alemão para o português, e vai ver que o significado é “cerveja de malte”. Curiosamente, no Brasil, é um tipo de cerveja que tem pouquíssimo malte quando comparada à grande maioria dos estilos de cerveja disponíveis no mercado. A receita é basicamente misturar caramelo de milho, açúcar e corante escuro numa daquelas cervejas comuns de prateleira de supermercado; e o resultado é uma cerveja com um dulçor bem elevado. Normalmente, quem gosta de Malzbier não gosta de cerveja, ou bebe, no máximo, cervejas “bem fraquinhas”. 
 
Nenhum guia de estilos reconhece a Malzbier como um estilo de cerveja. O estilo mais próximo dela é o International Dark Lager, um estilo de cervejas escuras que leva adjuntos (como milho e arroz) e possui corante caramelo. A diferença está na adição muito maior do corante caramelo para adoçar ainda mais.
 
Já a cerveja Caracu pertence ao estilo Sweet Stout. Esse estilo foi criado no início do século passado, na Inglaterra, por um fabricante que observou que algumas pessoas colocavam açúcar nas cervejas do estilo Stout para diminuir o seu amargor. Então veio a ideia de se adicionar lactose à receita. Daí veio a fama de a cerveja ser um tônico, em especial, para as lactantes.
 
Aqui, no Brasil, a lenda associada ao estilo Sweet Stout, cuja principal representante é a Caracu, sofreu algumas variações. O reposicionamento do folclore sobre a Caracu está muito associado ao seu marketing original, que exibia o boi da raça homônima no rótulo. Era como se consumir a cerveja fosse capaz de prover muita energia e vigor a quem a bebesse, algo semelhante a consumir o ovo de codornas. Mesma mítica que, hoje em dia, está associada a receitas de Caracu com amendoim, pó de guaraná, aveia, açaí, o próprio ovo de codorna, etc.
 
Se quiser saber um pouco mais sobre “Cervejas pretas e verdades”, acompanhe a próxima coluna.
 
 
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