FONTE E FOTOS: Assessoria de Imprensa da Câmara de Poços de Caldas
c Sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. Este é o objetivo principal da Campanha Maio Furta-cor, que acontece neste mês em todo o país. Em Poços de Caldas, através de uma iniciativa dos vereadores Luzia Martins (PDT) e Lucas Arruda (Rede), foi incluída no Calendário Comemorativo e de Eventos a Semana Furta-cor, com a finalidade de realizar ações de conscientização, incentivo e cuidado.
Nesta semana, aconteceu na Câmara de Poços a abertura de uma exposição que retrata o tema e a importância de políticas públicas de promoção da saúde materna, em especial de gestantes e puérperas. “No ano passado, recebi a psicóloga Michele Martins e a doula Patricia Arruda Policani no gabinete e elas apresentaram as demandas da saúde mental materna. Eu e o vereador Lucas articulamos a inserção da semana Furta-cor na Lei n. 9.620, que trata do Calendário Comemorativo e de Eventos, e a iniciativa foi aprovada. Este ano, conseguimos nos organizar e trazer a campanha para a Câmara Municipal. Instalamos uma exposição no saguão com cartazes da Campanha Nacional Maio Furta-cor”, comentou a vereadora Luzia Martins, que também é autora dos Requerimentos que solicitam os eventos no Legislativo.
Michele Martins, psicóloga perinatal, é uma das representantes do Movimento Maio Furta-cor em Poços. Para ela, a maior dificuldade enfrentada pelas mães é a invisibilidade materna. “A Campanha Nacional surgiu em 2020, Nicole e Patrícia são as idealizadoras, e é uma campanha que visa a saúde mental materna. Apresentei esse projeto à vereadora Luzia, que foi aprovado, agora todo ano teremos ações do Maio Furta-cor. No dia 8 de maio, teremos uma roda de conversa para falar sobre essa pauta. A principal dificuldade que encontramos hoje é a invisibilidade materna, a gente percebe que muitas mães não falam sobre o que estão sentindo por medo de julgamentos. A maternidade é muito romantizada, se você procurar nas redes sociais você não verá mães falando que não querem o bebê, que querem ficar sozinhas. Então a maior dificuldade é essa, a culpa que a mãe carrega por não poder falar o que está sentindo”, disse.
A doula e educadora perinatal Patrícia Policani falou sobre a situação da saúde mental durante a pandemia do coronavírus. “A pandemia agravou a situação das mulheres, porque o puerpério já é uma questão solitária. Por mais que a mulher esteja rodeada de pessoas, o puerpério deixa a mulher sozinha, ela que tem que cuidar do bebê, ela que precisa amamentar. E a pandemia afastou a família, afastou todo mundo. Infelizmente, aumentou até o número de suicídios maternos, isso é muito grave. E quem cuida dessa mulher? Todos perguntam como está o bebê, ninguém pergunta para a mãe como você está, se precisa tomar um banho, como está se sentindo. Nas redes sociais, vemos mães maravilhosas, arrumadas, com bebês lindos, dizendo que estão apaixonadas pelos bebês. E as mulheres olham aquelas postagens e falam que não estão felizes. E não é isso, são os hormônios, muitas coisas para cuidar, outros filhos. Realmente, a pandemia intensificou a carga mental das mulheres. A campanha surgiu nesse contexto, mas precisa continuar, precisamos cuidar da nossa saúde mental como cuidamos da saúde física. Colocar a família toda para ajudar, os homens para cuidar mais dos filhos e dividir essa carga”, destacou.
RODA DE CONVERSA - No dia 8 de maio, às 19h, no Plenário da Câmara, acontece uma roda de conversa com o tema “Saúde Mental Materna Importa”. Além das profissionais Michele Martins e Patrícia Policani, estarão presentes Camila Almeida, psicóloga, neuropsicóloga infantil e educadora perinatal, e Jéssica Brasil, psicóloga clínica e pós-graduanda em Psicologia Perinatal e da Parentalidade. A mediação será da vereadora Luzia Martins, psicóloga, psicanalista e mestre em Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de vida. O evento contará com emissão de certificados aos participantes.
Para a vereadora, é preciso enfatizar a relevância da dedicação à saúde mental das mulheres. “Estima-se que uma em cada quatro mulheres sofre de depressão perinatal, não sendo diagnosticadas ou tratadas. Pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que estão contribuindo para o sofrimento mental das mulheres, por isso a campanha se faz necessária visando à sensibilização de todos para esta causa. Convidamos toda a população para visitar a exposição, que estará no Legislativo até 08 de maio, e também para a roda de conversa, discutindo ações importantes relativas à pauta”, finalizou.