17/03/2023 às 15h52min - Atualizada em 17/03/2023 às 15h52min
Dia Mundial do Sono: apneia obstrutiva atinge 32,9% da população paulistana
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Especialista do Hospital Paulista destaca distúrbios respiratórios, diagnóstico e formas de tratamento
O Dia Mundial do Sono, celebrado anualmente em data móvel, tem como objetivo chamar a atenção para problemas relacionados ao tema, no que diz respeito a aspectos sociais e educacionais. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a pandemia de Covid-19 agravou os distúrbios do sono, que hoje já atingem cerca de 45% da população mundial.
Conforme o otorrinolaringologista Dr. Lucas Vaz Padial, que atua em medicina do sono no Hospital Paulista, os distúrbios respiratórios relacionados ao sono estão cada vez mais frequentes na população. Estudo Epidemiológico do Sono (EPISONO) indica que a prevalência da apneia obstrutiva do sono na população paulistana é de 32,9%. “Considerando os impactos desta doença na produtividade, bem-estar geral e possíveis desfechos cardiovasculares a longo prazo, é extremamente importante o diagnóstico e tratamento precoces, para uma melhor qualidade de vida”, reitera.
Os distúrbios respiratórios do sono incluem o ronco primário, a apneia obstrutiva do sono e a Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS). O especialista explica que, para os roncos, há um turbilhonamento do ar ao vibrar nos tecidos da faringe, sem grandes prejuízos.
Já para a apneia obstrutiva, o entendimento principal é de que ocorrem episódios de obstrução total ou parcial da via aérea superior durante o sono que provocam queda de oxigenação e/ou fragmentação do sono, enquanto para a SRVAS há múltiplos episódios de despertares decorrentes de um aumento do esforço respiratório.
“Podemos apontar como principais fatores o ronco, a apneia (pausa respiratória) presenciada por parceiro(a), sonolência excessiva diurna, cansaço ao longo do dia, cefaleia matinal, baixa produtividade e alterações cognitivas (concentração e memória), bem como alterações de humor”, explica Dr. Lucas.
“Se os sintomas citados começam a incomodar o paciente e o acompanhante, está na hora de buscar ajuda. O sono é uma etapa vital da nossa vida e completar seu ciclo satisfatoriamente é importante para que as horas acordado sejam produtivas e saudáveis. O impactado nesta fase tão importante prejudica aspectos físicos e emocionais a curto, médio e longo prazo”, reforça o médico.
Segundo o especialista, não tratar os distúrbios respiratórios pode gerar inicialmente uma queda de produtividade e alterações de humor, afetando o trabalho e as relações interpessoais. Porém, o maior risco acontece a longo prazo.
“Já está comprovado que a apneia obstrutiva do sono é um fator de risco importante para dano cardíaco e cerebral a longo prazo, como o AVC e o infarto agudo do miocárdio”, alerta.
Existem alguns tratamentos para estas doenças, e isso vai depender principalmente de uma boa história, das características anatômicas do paciente e da gravidade do quadro. Eles variam desde fonoterapia, aparelho intraoral para avanço de mandíbula; cirurgia faríngea e/ou craniofacial; e uso do CPAP (aparelho que gera uma pressão positiva na via aérea superior, mantendo-a constantemente aberta e evitando o colapso).
O Hospital Paulista possui um time de especialistas dedicado à área do sono, com informações clínicas associadas a um exame físico detalhado. Além disso, a unidade fornece exames complementares fundamentais para uma conduta mais individualizada e específica, tais como a nasofibrolaringoscopia e a polissonografia (tanto em laboratório do sono como domiciliar).