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07/02/2023 às 15h21min - Atualizada em 07/02/2023 às 15h21min

Pré-diabetes causa catarata, mostra estudo

FONTE E FOTO: Eutrópia Turazzi - LDC Comunicação - [email protected]
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Pesquisa aponta que o pré-diabetes altera mecanismos celulares do olho e provoca lesões no cristalino antes da hiperglicemia
 
Recente pesquisa publicada no JBS - Journal of Biomedical Science, mostra que a catarata, maior causa evitável de deficiência visual e perda da visão após os 60 anos, pode ser causada pelo pré-diabetes. Pior, no Brasil o último levantamento do Ministério da Saúde mostra que o diabetes está aumentando e já atinge 15,7 milhões de brasileiros, ou 9,14% da população.
 
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, a estimativa é de que metade dos diabéticos não sabem que têm a doença. “Esta pesquisa é preocupante porque se o diabetes passa despercebido por falta de sintomas, o risco no pré-diabetes é ainda maior e pode indicar aumento da deficiência visual no País, em alguns casos irreversível. Isso porque o diabetes aumenta o risco de retinopatias que podem levar à perda permanente da visão”, afirma.
 
O estudo do JBS foi desenvolvido com um modelo animal que tem reações metabólicas similares à dos humanos. Utilizando uma técnica conhecida como microscopia estereoscópica com iluminação dupla, os pesquisadores detectaram micro lesões no córtex do cristalino, que predispõem à formação de catarata. Os pesquisadores verificaram que estas lesões são provocadas pela migração para o cristalino de células imunes do corpo ciliar que circunda a lente.
 
Para Queiroz Neto, a pesquisa indica que a consulta oftalmológica de rotina em maiores de 60 requer uma avaliação mais minuciosa, visando diagnosticar estas e outras pequenas alterações logo no início.
 
O oftalmologista recomenda que, por prevenção, toda pessoa à partir dos 45 anos faça anualmente o hemograma completo para manter a saúde sistêmica sob controle, especialmente quem têm problemas cardíacos, casos de diabetes na família, obesos, afrodescendentes, ou que têm ascendentes orientais. Isso porque é a partir desta idade que ocorre a maior parte dos casos de diabetes, conforme ficou demostrando no levantamento do Ministério da Saúde.
 
OUTROS RISCOS - O oftalmologista afirma que o cristalino é uma pequena lente transparente localizada na parte anterior do olho que focaliza as imagens na retina e nos permite enxergar com clareza em todas as distâncias. O envelhecimento, somado ao stress oxidativo decorrente da formação de radicais livres, agrega as proteínas do cristalino, que se torna opaco. Outra alteração relacionada à idade é o aumento de cromóforos nucleares amarelo-marrom que escurecem a lente.
 
Queiroz Neto afirma que da mesma forma que a genética faz algumas pessoas terem maior tendência ao envelhecimento, os genes respondem por 48% dos casos de catarata nuclear e 58% da catarata cortical.
 
“A maior expectativa de vida, preocupação com a saúde e queda dos estrogênios após a menopausa, aumentam a predisposição entre mulheres”, ressalta. Algumas doenças oculares simultâneas, comenta, entre elas a miopia, uveite, degenerações na porção posterior do olho, como por exemplo, a retinite pigmentosa, ou na porção posterior, também estimulam o stress oxidativo.
 
Além do diabetes, doenças sistêmicas que facultam a catarata são: obesidade, hipertensão arterial, síndrome de Down, entre outras.
 
PREPARAÇÃO E CIRURGIA - A troca frequente de óculos, enxergar flashes ao redor das luzes, insegurança na direção ou qualquer outra atividade indicam que é hora de passar pela cirurgia, único tratamento para catarata. Queiroz Neto afirma que a preparação pré-cirúrgica visa avaliar as comorbidades tanto sistêmicas como oculares, expectativas do paciente, estabelecer a lente mais adequada de acordo com as características de cada olho e paciente, verificar a glicemia e a pressão arterial para que alteração em uma dessas variáveis não coloquem a visão do paciente em risco. A cirurgia é feita com anestesia tópica, na maioria dos casos, e no mesmo dia é possível voltar para casa.
O oftalmologista ressalta que a técnica cirúrgica padrão é a facoemulsificação, em que o cirurgião faz pequenos cortes na borda da córnea, aspira o cristalino com ultrassom, implanta a lente intraocular e sela as incisões.
A cirurgia, comenta, também pode ser a laser. Neste caso, as incisões são feitas pelo laser de femtosegundo, a catarata é retirada com ultrassom, a lente intraocular é implantada e as incisões são seladas. 
 
A cirurgia, independente da técnica, tem efeito refrativo e pode ser indicada na correção de altos graus de refração e de presbiopia ou vista cansada, nos casos de pacientes que não gostam de usar óculos. O resultado refrativo, ressalta, depende da habilidade do cirurgião e do tipo de lente utilizada no procedimento.
Além de eliminar a catarata, quem passa pela cirurgia tem menos risco de quedas, melhora na qualidade do sono, redução da depressão e do risco de Alzheimer, pontua.

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