27/01/2023 às 15h57min - Atualizada em 27/01/2023 às 15h57min
Neurocientista explica como o TikTok prejudica funções do seu cérebro
FONTE: MF Press Global Gestão geral - [email protected] - FOTOS: Reprodução / Arquivo Pessoal
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Rede social é apontada como a responsável por prejudicar a capacidade de foco do cérebro
Aos poucos o TikTok se tornou uma das redes sociais de maior sucesso, em especial pelos jovens, o que fez com que o conceito de vídeos curtos fosse apropriado por diversas outras plataformas como Instagram, YouTube, etc. No entanto, esse sistema é extremamente prejudicial ao cérebro e pode prejudicar permanentemente funções importantes como foco e concentração.
De acordo com um estudo do Pós PhD em neurociências e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, aprovada pela revista científica Brazilian Journal of Development, as redes sociais geram vício de recompensas no cérebro, causando desequilíbrios hormonais que reduzem a capacidade de concentração e podem desencadear ansiedade e depressão.
“Atualmente o uso excessivo de redes sociais pautadas pela velocidade, onde conteúdos de curta duração são infinitamente fornecidos com base nos seus gostos e necessidades, identificados via algoritmo, moldam a química cerebral causando um vício na dopamina gerada por essas ‘pílulas de prazer’, causando a fadiga mental.”
“Essa fadiga mental impede que nosso cérebro consiga concluir tarefas, como ler um livro, estudar, limpar a casa, cozinhar, etc., sempre substituindo-as por outras atividades antes da sua conclusão total, isso porque o cérebro está acostumado a substituir estímulos por outros mais fortes em apenas um deslizar de dedos e isso acaba afetando a realidade, reduzindo bastante as capacidades do cérebro”, alerta Dr. Fabiano.
Doses de dopamina - importante neurotransmissor do cérebro, ligado a sensações de prazer - são liberadas no cérebro com um sistema de recompensa por atividades prazerosas, atividades essas que são estimuladas e banalizadas pelo uso das redes sociais, o que faz com que o cérebro se “vicie” em dopamina, precisando cada vez de doses mais alta e interrompendo tarefas pela metade assim que as doses de dopamina fornecidas por ela são reduzidas.
Esse processo prejudica a atenção, foco, concentração, memória, aprendizado e diversas outras funções do cérebro, criando e reforçando um ciclo vicioso de uso das redes sociais.
SOBRE O DR. FABIANO DE ABREU AGRELA - Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História. É também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva, membro Mensa, Intertel e TNS.