08/12/2022 às 15h59min - Atualizada em 08/12/2022 às 15h59min
Diversidade em Cena: projeto leva oficinas artísticas para Apae Poços de Caldas
FONTE E FOTOS: João Araújo - [email protected]
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Apresentação emocionou o público e demonstrou que a produção artística também pode ser realizada por pessoas com deficiência intelectual
Usuários da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) tiveram uma experiência diferente nos últimos meses, em Poços de Caldas. Cerca de 20 alunos participaram do projeto Diversidade em Cena, que proporcionou oficinas de diversas linguagens artísticas. O encerramento ocorreu na semana passada, com uma apresentação que deixou o público emocionado.
A ideia surgiu a partir de experiências da atriz e pedagoga Lívia D’Angelo, que trabalhou com este público durante a graduação em Artes Cênicas na Unesp - Universidade Estadual de São Paulo. “Fiquei incomodada por haver poucos trabalhos específicos para o público com deficiência intelectual, sejam aulas ou espetáculos. Um dos objetivos principais do Diversidade em Cena é valorizar a produção artística da pessoa com deficiência intelectual, independente de como essa produção vai ocorrer, em forma de som, cena, movimentação corporal, isso não importa. O que importa é entender que a pessoa com deficiência é capaz de produzir arte não apenas como terapia, mas arte como arte”, explica Lívia.
O projeto foi executado após aprovação no edital Desperta Cultura, nº1/2021, do Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. De agosto a novembro, os alunos tiveram aulas com profissionais do grupo de teatro NucleArte, que ministraram oficinas de expressão corporal, jogos teatrais e prática musical. Agora, a equipe busca viabilizar uma nova edição do Diversidade em Cena, para o ano de 2023.
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ENCERRAMENTO - A apresentação que concluiu os trabalhos deste ano ocorreu na terça-feira (29). Reunidos no palco, os alunos mostraram que são capazes de emocionar através da arte.
Quem confirma é Lázara Aparecida dos Santos, irmã de José Venâncio, um dos alunos do projeto. “Foi maravilhoso, emocionante, muito bem feito. Meu irmão adorou, gostou muito”, disse Lázara.
Para José Venâncio, a sensação também foi de alegria. “Estou aqui desde pequeno, há muitos anos, e achei muito legal. Estão de parabéns!”, relatou.
O projeto foi acompanhado de perto por profissionais da Apae, que confirmam a capacidade dos alunos e a importância da arte neste contexto. “A música acalma e melhora o foco. Expressão corporal também é muito importante, porque eles falam com uma linguagem alternativa, da maneira que conseguem. Eles são capazes, conseguem aprender e se expressar”, afirma Leidy Danza, coordenadora do projeto Centro Dia na Apae Poços de Caldas.
A pedagoga Andréa Cassoli também acredita que pessoas com deficiência intelectual podem e devem ter oportunidades artísticas. “Todos participaram, inclusive os que possuem um grau maior de dificuldade. Cantaram, tocaram instrumentos, foi excelente”, concluiu.
FICHA TÉCNICA - O projeto teve a produção de Aria Nery, João Araújo e Lívia D’Angelo, assessoria de imprensa de João Araújo, com aulas realizadas pelos professores Luciana Rossi e Nando Gonçalves na área de expressão corporal, Julia Montezano e Nanda Dearo na prática musical, Aria Nery e Lívia D’Angelo com jogos teatrais.