10/11/2022 às 15h43min - Atualizada em 10/11/2022 às 15h43min
Zolpidem: Como o remédio que virou moda entre os jovens pode levar à morte
FONTE: MF Press Global Gestão geral - [email protected] - FOTO: FreePik
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Medicamento para insônia pode causar graves danos à saúde mental e física
O Zolpidem é um medicamento usado no tratamento de insônia. Classificado como hipnótico, o remédio tem efeito indutor do sono, e pelo seu forte efeito, seu uso é indicado por no máximo quatro semanas.
No entanto, recentemente o medicamento virou moda entre os jovens pelos seus efeitos alucinógenos e tem sido usado para fins recreativos e sem prescrição médica, o que não é indicado e pode gerar uma série de problemas de saúde e podendo levar à morte.
Para que o Zolpidem é utilizado?
O Zolpidem é um remédio que atua diretamente no centro do sono no cérebro, o que causa uma sedação instantânea no indivíduo, função essa muito bem aproveitada em tratamentos de insônia. Ele só pode ser comprado sob prescrição médica e há limite de tempo de uso devido aos seus fortes efeitos.
Além disso, ele pode ser usado para “restaurar a função cerebral em pacientes em estado vegetativo após lesão cerebral, especialmente para aqueles cujas lesões cerebrais são principalmente em áreas não-tronco cerebrais”, como conclui o estudo “Zolpidem desperta pacientes em estado vegetativo após lesão cerebral: avaliação quantitativa e indicações”, publicado pela National Library of Medicine.
Os riscos do uso descontrolado do Zolpidem
O consumo de Zolpidem só pode ser feito sob prescrição médica para que ele não afete funções importantes do organismo, no entanto, a fama sobre seus efeitos alucinógenos fez com que vários jovens começassem a usar a droga de forma recreativa, o que traz diversos riscos à saúde, como explica o Pós PhD em neurociências e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Rodrigues.
“Os efeitos adversos mais frequentes associados ao zolpidem são náusea, dor de cabeça, tontura, sonolência, alucinação e perda de memória de curto prazo [...] Além disso, este medicamento pode causar visão dupla ou outros problemas de visão, ou lesões graves”, explica.
“Os efeitos colaterais a longo prazo do Zolpidem podem incluir comportamentos anormais relacionados ao sono, lesões relacionadas a acidentes ou quedas, câncer, risco de overdose, risco de transtorno por uso de substâncias (SUD) e morte.”
Cuidados com o uso do Zolpidem
Além de ser consumido apenas sob prescrição médica e respeitar o prazo máximo de utilização, existem alguns cuidados que devem ser tomados com o uso do Zolpidem, como deitar-se imediatamente após ingeri-lo e não ingerir outras substâncias, como bebidas alcoólicas juntamente com ele.
Dr. Fabiano de Abreu ressalta a importância de tomar os devidos cuidados ao utilizar o medicamento e de não utilizá-lo com fins recreativos.
“Todo medicamento deve ser tomado sob prescrição médica, o profissional de saúde determina o uso de medicamento quando não há um bom funcionamento/produção de certos neurotransmissores, de forma que possa organizar o organismo para uma melhor homeostase. Quando tomamos medicamentos sem necessidade, causamos uma perigosa disfunção podendo desorganizar essa produção, acarretando em doenças e/ou riscos de morte, seja em curto ou longo prazo. Assim como desencadear processos como demência, câncer, entre outros, todo medicamento causa dependência, principalmente quando não há necessidade de tomá-lo”, destaca.
SOBRE O PROF. DR. FABIANO DE ABREU - Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é Pós-doutor e PhD em neurociências. Foi eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA). É Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História, também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.