FONTE: Juliana Oliveira - [email protected] - FOTO: Reprodução Google
c O cenário de incerteza econômica e política no Brasil, somando aos novos modelos de trabalho que surgiram com a pandemia, foram cruciais para um novo fenômeno: mais pessoas estão solicitando a dupla cidadania para morar fora.
Só neste ano na Cidadania4U, já foram realizados 1.910 pedidos de cidadania portuguesa e 10.916 para a italiana. O aumento foi de 16,74% e 35,56%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior (janeiro a outubro) do ano anterior. Com o mercado aquecido, aumenta o interesse de brasileiros, e muitos deles têm descendência de ambas as partes. Dessa forma, surge a dúvida: por qual caminho seguir?
Rafael Gianesini, CEO e cofundador do Cidadania4U, startup especializada em pedidos de cidadania portuguesa e italiana, conta que não existe uma conta fechada para dizer qual caminho é melhor. “Como sempre falamos para nossos clientes, cada caso é um caso, então é difícil dizer que um processo é mais fácil do que o outro. Tudo vai depender da necessidade da pessoa”, afirma o executivo.
Rafael listou abaixo duas das principais diferenças entre os processos de retirada da dupla cidadania:
LIMITE DE GERAÇÕES: A cidadania italiana é transmitida por meio do jus sanguinis, expressão do latim que significa “direito de sangue”. Isso quer dizer que, em tese, todo descendente de italianos possui o direito ao reconhecimento de sua cidadania. Já no caso da portuguesa, somente filhos e netos de portugueses podem solicitar a cidadania de forma direta. Apesar disso, não está eliminada a possibilidade do reconhecimento dos bisnetos em diante. Cada caso deve ser examinado individualmente.
TEMPO: No caso de Portugal, por exemplo, o cidadão leva em média de dois a três anos para ter acesso ao benefício. Já no caso da Itália, o processo é mais demorado, podendo levar de seis a doze anos, mesmo exigindo um grau de parentesco menor. E, para aquelas pessoas que não querem esperar todo esse tempo, é possível ainda optar pelo processo direto na Itália, sendo necessário morar no país por um período de cerca de três meses (mesmo prazo do processo de cidadania) ou optar pela via judicial que leva até dois anos e pode ser feita sem sair do Brasil.