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19/10/2022 às 15h34min - Atualizada em 19/10/2022 às 15h34min

O papel da microbiota na saúde da mulher no climatério

TEXTO E FOTO: Dra. Tatiane Toledo e Projeto Microbiota da Mulher
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18 de outubro, Dia Mundial da Menopausa. A data foi instaurada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de promover o debate, buscar a relevância que o assunto necessita e destacar os impactos na saúde da mulher
 
Ainda que algumas mulheres consigam engravidar depois dos 50 anos, para a grande maioria delas isso não será mais possível. Geralmente por volta desta idade as mulheres encontram-se na fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo, chamado de climatério. Decorridos 12 meses do último ciclo menstrual (menopausa), reconhece-se então o final da vida fértil de uma mulher. Uma fase biologicamente natural no ciclo de vida feminino.
Este marco na vida feminina traz consigo uma série de transformações biológicas (bioquímicas e hormonais) que provocam sintomas físicos e psicológicos. Neste período as mulheres têm maiores chances de desenvolverem síndromes metabólicas, transtornos que representam um conjunto de fatores de risco cardiovascular associados à deposição central de gordura e a resistência à insulina.
 
Diversos fatores podem contribuir para o surgimento dessa condição na fase do climatério, como por exemplo as modificações na microbiota intestinal. Um aspecto ainda pouco relatado na literatura científica e um dos objetivos do Projeto Microbiota da Mulher (www.instagram.com/microbiotadamulher), coordenado pela Profa. Dra. Renata Guerra de Sá Cota, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto - MG.
Microbiota é um conjunto de microrganismos (bactérias, vírus e fungos) que habitam nosso corpo em locais como a pele, boca, intestino, vagina. Estes microrganismos estão em diferentes proporções, metabolizam muitas substâncias em nosso organismo e o equilíbrio entre eles é fundamental para nossa saúde orgânica e emocional. Dados da literatura científica mostram que a microbiota intestinal sofre modificações conforme a faixa etária e condições hormonais encontradas no organismo feminino.
 
Alguns microrganismos podem ser um bom biomarcador de uma microbiota saudável, a exemplo dos Lactobacillus para a microbiota vaginal. “Nossos resultados mostraram que as mulheres climatéricas que participaram de nosso estudo têm um predomínio de Lactobacillus iners, quando comparadas com mulheres em fase reprodutiva. Estas mulheres também apresentam grande ocorrência de disbiose (desequilíbrio na microbiota intestinal). Estes dados, em somatória a outros achados de nosso estudo, sugerem que o L. iners possa ser um biomarcador de microbiota de transição entre saudável e disbiose”, disse a Dra. Renata. Por outro lado, a diminuição de Lactobacillus sp., aumento de Gardnerella vaginalis e Trichomonas vaginalis foram indicativos de baixa saúde vaginal nestas mulheres.
 
Com o aumento da expectativa de vida, é necessário conscientizar cada vez mais as mulheres sobre os efeitos do climatério e os tratamentos para uma melhor qualidade de vida nessa fase. A inclusão de alimentos ricos em antioxidantes, minerais como o selênio, magnésio, cálcio, vitaminas C e E, que promoverão um bom funcionamento do organismo nessas novas condições, vale a pena reduzir produtos gordurosos e estimulantes como laticínios, açúcares, excesso de sal, além da cafeína, nicotina, álcool e chocolate. Os fitoestrógenos também são importantes (grãos, leites e molhos feitos à base de soja, além do tofu).
 
É importante manter a prática de exercícios físicos, um bom consumo de água, 15 minutos de exposição solar nos horários recomendados (até às 10h ou após às 16h), sono reparador. Essas ações contribuem para que essa transição seja vivenciada de forma amena e sem maiores transtornos.
 
Para saber mais, não deixe de acompanhar a live de hoje, quarta-feira, 19 de outubro, a partir das 19h07, no Instagram da CIENTIFIQUE (www.instagram.com/quevocecientifique).
 
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O Projeto Microbiota da Mulher integra o Programa ÍRIS-Projetos de Extensão em interface com a Pesquisa (2022 a 2026), que tem como objetivo elaborar, executar ações no âmbito de educação, prevenção e promoção à saúde de mulheres no climatério, na cidade de Ouro Preto - MG.
Outros projetos vinculados:
- Yoga para Mulheres no Climatério (Coordenação: Profa. Dra. Angélica Alves Lima)
- Uso de plantas medicinais por mulheres no climatério (Coordenação: Profa. Dra. Maria Cristina Teixeira Braga Messias)
- Obesidade e hipertensão em mulheres no climatério: conhecer para prevenir (Coordenação: Profa. Dra. Vanessa de Almeida Belo)
- Climatério: uma janela temporal para a prevenção de distúrbios neurológicos (Coordenação: Profa. Dra. Daiane Fátima Engel)
- NutriClim - nutrição para mulheres no climatério (Coordenação: Fernanda Guimarães Drummond e Silva)
 
O quadro Momento CIENTIFIQUE, que ocorre na forma de lives semanais no Instagram da CIENTIFIQUE – educação e ciência comunicada, é uma iniciativa voluntária de divulgação científica conduzida pela Jornalista Científica Tatiane Toledo (Farmacêutica bioquímica, Mestre em Genética, Doutora em Biologia Celular e Molecular, Diretora da CIENTIFIQUE).
 
“Recebo especialistas e pesquisadores brasileiros, atuando aqui ou no exterior, para um bate-papo. Uma via de mão dupla. Levamos informação de qualidade às pessoas, e abrimos uma janela para aumentar a visibilidade destes profissionais para além dos muros das Universidades e Centros de Pesquisa, principalmente. O Universo Ciência ao alcance de todos. Afinal, todos nós fazemos parte dele”, diz Tatiane Toledo.

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