03/03/2022 às 16h04min - Atualizada em 03/03/2022 às 16h04min
Nany People, Madonna, Maria Cândida e outras se unem em campanha contra o etarismo
FONTE E FOTO: Redação Marie Claire
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Campanha visa promover a discussão e a desconstrução do etarismo, e nas etapas próximas abordará a gordofobia e a pressão estética
Nomes como Madonna, Luiza Trajano, Ana Paula Padrão, Nany People, Claudia Matarazzo, Maria Cândida, entre outros, são estrelas da campanha "Você me vê como eu vejo?", que planeja uma reflexão sobre o etarismo (preconceito contra idosos), que atende principalmente mulheres. Como participantes da campanha, mulheres com mais de 50 anos que são reconhecidas por suas atuações em áreas diferentes e por romperem com padrões socialmente construídos.
A campanha faz parte de um movimento antipreconceito chamado "Em Desconstrução" e já discutiu temas como racismo, capacitismo e lgbtfobia. A nova fase falando sobre o etarismo foi lançada no dia 27 de fevereiro, com fotos de uma exposição no metrô de São Paulo. Depois da discussão sobre o etarismo, as duas últimas fases vão focar na gordofobia e na pressão estética. Nesta fase da campanha, além da exposição no metrô, está previsto o leilão "Lance", que terá renda destinada ao Retiro dos Artistas e outras instituições.
O Instituto Envolver Mover Tranformar (IEMT) é o responsável pela campanha, e seu fundador, Marcos Guimarães, falou sobre a discriminação contra pessoas mais velhas: “O problema afeta principalmente as mulheres, pois o etarismo vem atravessado pela pressão estética e o machismo”, disse.
Durante a conversa com Marie Claire, Nany People relacionou o etarismo a uma questão cultural do Brasil, destacando que ainda somos um país jovem e com uma cultura descartável. "Tudo é feito para o jovem comprar e depois desapegar. A indústria funciona assim e não temos uma cultura que valoriza a idade e o conhecimento, somos ignorantes. Quando uma pessoa é madura é libertador e ela não precisa de muita coisa. Eu, aos 50, por exemplo, fiz uma biografia e três festas".
Por fim, Marcos destacou que a conversa sobre esses temas precisa acontecer e é urgente, para que essas questões sejam normalizadas e desconstruídas. “Esses preconceitos são muito cruéis com qualquer pessoa, mas especialmente mulheres. Nossa intenção é fazer uma pessoa incorporar na vida dela essa realidade e sua percepção sobre o próprio preconceito.”