, Uma mansão - ou melhor, uma villa - com um raro mural de Caravaggio pintado em seu teto foi colocada à venda pelo governo da Itália por 471 milhões de euros, uma pechincha equivalente a R$ 3,06 bilhões, em cotação de hoje. Batizada de "residência mais cara do mundo" pela imprensa internacional, a Villa Aurora fica nos arredores de Roma e é a última casa que fazia parte de um retiro de férias construído no século 16 pelo cardeal Francesco Maria del Monte. O leilão da propriedade está marcado para 18 de janeiro e, caso o valor pedido pelo governo italiano seja alcançado, ela superará os recordes US$ 361 milhões, ou R$ 2,03 bilhões, pagos por um endereço em Hong Kong em 2017, tido até hoje como a negociação residencial de maior valor no mundo. Com quase 2.800 metros quadrados, ela abriga "Júpiter, Netuno e Plutão", um painel de 2,75 metros de comprimento que teria sido concebido em 1597 por Caravaggio.
De acordo com o jornal The New York Times, a obra foi descoberta em 1968, quando a pintura com que ela havia sido coberta descascou e revelou a criação do artista italiano. Caravaggio teria usado seu próprio rosto como modelo para as expressões faciais dos deuses gregos retratados. A Villa Aurora tem ainda outros nove murais de mestres das artes em seus tetos, entre eles, "Aurora", de Guercino, de onde surgiu o nome pela qual ficou conhecida. Entre diversas outras obras espalhadas pelo local estão estátuas greco-romanas esculpidas em 500 a.C., que fazem parte de um portfólio avaliado em 2010 em 670 milhões de euros, ou mais de R$ 3,8 bilhões, sem levar em consideração a correção monetária, de acordo com o The New York Post. A casa chegou ao mercado após uma disputa longa pela herança de seu antigo dono - príncipe Nicolò Boncompagni Ludovisi, que morreu em 2018 - tê-la colocado nas mãos do governo local. O Post estima que será necessário pouco mais de US$ 12 milhões, ou R$ 67,4 milhões, para reformar o endereço.