Trazendo destaque para lideranças em turismo sustentável brasileiro, as inovações de design verde de Wilbert Das em Trancoso são celebradas por revista internacional
Desde 1923, a Time é uma das mais famosas e conceituadas revistas semanais do mundo. A publicação norte-americana conta atualmente com um público de mais de 100 milhões de pessoas ao redor de todo o globo, e foi a primeira revista semanal de notícias da história do mercado editorial, que apresenta desde o seu início um resumo dos principais eventos mundiais.
Com o passar das décadas, seu prestígio aumentou vertiginosamente, tendo, em algumas de suas publicações, capas que registraram parte da história recente da humanidade e recebeu inúmeras premiações graças ao olhar apurado de seus jornalistas, que sempre acompanharam as maiores tendências mundiais.
Em 13 de março de 2025 foi publicada a “World's Greatest Places 2025” - em tradução livre, “Os melhores lugares do mundo em 2025” -, que entre suas 100 recomendações de lugares para visitar esse ano contemplou um brasileiríssimo e inovador projeto sustentável no sul da Bahia, idealizado pelos fundadores do já premiado UXUA Casa Hotel & Spa.
Um hotel que nasceu despretensiosamente há 15 anos, quando o designer holandês e ex-diretor criativo da marca italiana Diesel, Wilbert Das, junto com seu parceiro na grife, Bob Shevlin, apaixonaram-se por Trancoso e começaram a restaurar algumas das casas centenárias do Quadrado Histórico, em parceria com artesãos locais, utilizando métodos de construção tradicionais e materiais recuperados para retorná-las às suas características originais somando muito conforto, natureza, arte e design únicos.
Durante a calmaria forçada dos anos de pandemia no setor hoteleiro, a dupla embarcou em um desafio peculiar com a compra de uma área de seis hectares de Mata Atlântica e Restinga preservadas, de frente para a praia de Itapororoca (uma das áreas mais bonitas e protegidas de Trancoso, isolada e totalmente tranquila, a 50 minutos a pé da praia logo abaixo do Quadrado Histórico), onde iniciaram um processo de revitalização do terreno.
Com a ajuda de biólogos da Universidade de Ilhéus, 96 espécies de árvores foram identificadas e áreas desmatadas foram recuperadas com a adição de palmeiras e árvores frutíferas que ajudaram a atrair ainda mais pássaros e pequenos animais tradicionais da região.
Paralelamente, Wilbert soube por sua rede de contatos de restauração que três antigas casas de fazenda ainda em boas condições estavam prestes a serem demolidas, na pequena cidade de Cuba, na fronteira entre Minas Gerais e Bahia. Ele não somente comprou as três casas, como acompanhou à distância o cuidadoso processo de desmontagem e catalogação de todas suas partes para o transporte de caminhão até Itapororoca onde, em uma área de clareira, as reconstruiu com adição de toques modernos às estruturas tradicionais. Nasceu então o UXUA Maré, projeto complementar ao UXUA Hotel que oferece contato direto com a natureza exuberante do sul da Bahia.
O nome, UXUA Maré, veio graças a formação muito especial de recifes de coral existente na ponta da praia de Itapororoca, que proporciona na maré baixa diversas piscinas naturais permeadas por uma rica vida marinha, tornando o local completamente diferente ao longo do dia, de acordo com as mudanças das marés.
O projeto atende uma nova necessidade crescente do mercado: o desejo de desfrutar de lugares que proporcionem silêncio e hospitalidade imersa na natureza, oferecendo uma experiência completa do ritmo diário, com sensações, paisagens, sons e aromas do local. Um conceito que une economia e sustentabilidade, uma prioridade do UXUA e parte de sua missão, com Bob como um dos 11 membros do conselho deliberativo da ONG Conservação Internacional, com quem é cofundador da aclamada Futuri Aliança Para Turismo Regenerativo.
“Com um viveiro no local para recultivo de plantas raras, reflorestamento do terreno ao redor, painéis de energia solar e poços de água subterrânea para cada casa, Das está mostrando como o turismo sustentável pode preservar a Mata Atlântica, que está em perigo.”
Time Magazine
Assim como as demais casas do hotel, cada casa do UXUA Maré foi pensada para integrar-se à flora do entorno, contando também com a adição de árvores frutíferas, horta de vegetais e PANCS, além de uma coleção de palmeiras raras cuidadosamente plantadas nas poucas áreas que já encontravam-se desmatadas na compra do terreno.
A Casa Azul, que mantém sua cor original, foi a primeira a ficar pronta, com estrutura composta, principalmente, por grandes vigas de Braúna, uma das madeiras mais bonitas e resistentes do Brasil. Somam-se também outras espécies de madeira de lei presentes na casa original, raras e atualmente proibidas de serem cortadas. As paredes de pau a pique da casa foram substituídas por vidros que convidam a exuberante natureza do entorno para dentro do ambiente, que também ganhou ares de um amplo loft, com madeiras de paredes internas sendo reaproveitadas para a confecção dos móveis.
A Casa Verde é uma reforma de uma estrutura simples já existente no local, transformada em uma pequena e aconchegante casa com fogão a lenha. As casas Amarela e Branca, que finalizam o projeto, acabaram de receber os toques finais de decoração e embora tenham eventos privados limitados reservados para abril, estarão disponíveis para reservas abertas ao público no final de junho.
Como é enfatizado no livro UXUA UTOPIA, de Li Edelkoort, o projeto é todo permeado pelo conceito da economia circular, ou seja: um modelo de produção e consumo que visa equilibrar o sistema econômico, a sociedade e o meio ambiente, somado à filosofia do turismo regenerativo, que é uma evolução do turismo sustentável, e que visa regenerar e resgatar aquilo que foi poluído, esquecido ou danificado.
Wilbert Das reflete: “Sinto que eu e os artesãos de Trancoso que trabalham comigo somos como uma máquina do tempo que traz essas casas do passado ao presente. O processo teve desafios e muitas lições aprendidas e certamente foi o projeto mais gratificante do qual participei.”
Bob Shevlin complementa: “Há algo mais sustentável do que trazer estruturas até então abandonadas para lugares onde todos querem estar? Com o Brasil sediando a COP30 em 2025 e participando ativamente das discussões sobre futuros mais sustentáveis, estamos felizes em poder contribuir com histórias locais positivas de adaptação e conservação”.
Para saber mais, acesse https://uxua.com/pt/