Viagem de rotina: Miami (MIA) - São Paulo (GRU). Eu estava trabalhando na econômica e depois do serviço do jantar terminado, fui na primeira classe. A chefe de equipe me pediu para levar um drink para um passageiro. Vou e entrego o drink, dou uma olhada e penso...se parece com alguém que já vi antes. Vou conferir a lista de passageiros, e sim, já havia visto, muitas vezes, Mr. Bob Dylan. Como sempre fazia, agradeci a preferência de voar conosco, e se tiver alguma coisa que possa fazer para tornar seu voo mais agradável, favor nos deixe saber. E voltei às minhas funções.
A tripulação da United Airlines ficava hospedada no hotel Maksoud Plaza, contratual, nossa segunda casa.
Eis que voltava para meu quarto depois de ter ido fazer algumas compras, chamei o elevador. Quando a porta se abre, quem estava dentro? Bob Dylan e vários seguranças. Quando fiz menção de entrar, um dos seguranças não deixou.
Eu: Excuse me, I’m going to my room.
Ele: Vou pedir para você esperar o próximo.
Eu: Ok, mas se ele quer privacidade deveria ter seu próprio elevador e voar em seu próprio avião, pois ele veio no meu voo ontem à noite e fiquei no mesmo avião que ele... rsrs.
Tudo isso em inglês, com ele só observando.
Nisso, o outro elevador chega e eu digo tudo bem, vou no outro.
É interessante observar que essas grandes estrelas, e eu já tive a oportunidade de interagir com várias, são bem acessíveis e tranquilas, mas os seguranças no Brasil são tão mal-educados e despreparados, que é surpreendente de se ver.
Tenho certeza que se Bob Dylan andasse na Paulista, sem seus body guards, ele realmente seria um completo desconhecido.
Por Rita Freitas - Ex-comissária de bordo da United Airlines
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