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O impacto do “efeito DeepSeek” nas IAs em 48 horas: perdas bilionárias e reações do mercado

Por Carol Affonso - Comunicação Estratégica para Instagram
30/01/2025 16h23 - Atualizado há 1 mês

 

Em apenas 48 horas, a startup não só desafiou as gigantes da indústria como também levou as chamadas “7 Magníficas” a uma perda combinada de mais de US$ 600 bilhões em valor de mercado. O diferencial da DeepSeek? Modelos de IA que utilizam menos dados e exigem investimentos significativamente menores, colocando em xeque a viabilidade econômica dos altos custos de desenvolvimento que têm marcado a corrida da IA.

Batizados de DeepSeek R1 e V3, os novos modelos se destacam por sua acessibilidade e código aberto, permitindo que empresas ao redor do mundo testem e aprimorem a tecnologia. O anúncio, feito no último fim de semana, impactou o mercado já na segunda-feira (27), quando a startup revelou que gastou menos de US$ 6 milhões no desenvolvimento e treinamento de seus modelos - um contraste gritante com os bilhões investidos por grandes players do setor. Além disso, os novos modelos rodam em chips de baixo custo, o que pode mudar drasticamente a dinâmica do mercado de hardware e data centers.

A movimentação abalou imediatamente as ações das principais empresas de tecnologia. Na segunda-feira, a Nvidia, maior fornecedora de chips para IA, perdeu US$ 589 bilhões em valor de mercado, deixando de ser a empresa mais valiosa do mundo após uma queda acentuada de 17% em suas ações. Microsoft e Alphabet (Google), duas das maiores investidoras em inteligência artificial, também sofreram impactos negativos, com quedas de 2,14% e 4,17%, respectivamente. A Nasdaq, bolsa onde as principais big techs estão listadas, registrou uma retração de 3% no dia.

A surpresa chinesa gerou reações até no meio político. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou que a tecnologia da DeepSeek deveria servir de alerta para as empresas norte-americanas. Apesar disso, ele reconheceu que a criação de um método mais eficiente e acessível de IA pela China é um feito notável.

Na terça-feira (28), Sam Altman, CEO da OpenAI, se pronunciou sobre o novo concorrente, classificando o modelo da DeepSeek como “impressionante” e elogiando a inovação chinesa, especialmente em termos de custo-benefício. No entanto, Altman garantiu que a OpenAI está preparando lançamentos ainda mais avançados.

“É um modelo impressionante, principalmente pelo que eles conseguem entregar pelo preço. Obviamente entregaremos modelos muito melhores, mas é revigorante ter um novo concorrente! Faremos alguns lançamentos em breve”, escreveu Altman em seu perfil no X (antigo Twitter).

A volatilidade do mercado continuou na quarta-feira (29), com uma recuperação parcial das perdas. As ações da Nvidia dispararam 8,9%, enquanto Alphabet e Microsoft registraram altas de 1,82% e 2,91%, respectivamente, à medida que investidores aproveitavam a baixa para comprar papéis a preços reduzidos.

No entanto, a polêmica em torno da DeepSeek não parou por aí. De acordo com a Bloomberg, a OpenAI suspeita que a startup chinesa tenha usado seu próprio modelo para treinar o chatbot rival, utilizando uma técnica chamada “destilação”, que permite que modelos menores aprendam a partir de versões maiores e mais poderosas. Essa acusação levanta dúvidas sobre a originalidade da IA da DeepSeek e pode marcar o início de uma nova disputa tecnológica entre EUA e China.

Com um modelo de IA acessível, poderoso e de baixo custo, a DeepSeek já deixou sua marca no mercado. A questão agora é como as gigantes da tecnologia irão responder a essa disrupção e quais serão os próximos capítulos dessa batalha que pode redefinir o futuro da inteligência artificial.



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FONTE: @carolonlline
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