C A Polícia Penal de Minas Gerais é a primeira força de segurança pública do Brasil a utilizar uma nova tecnologia, de ponta, capaz de identificar, a longas distâncias e de forma automática, drones criminosos utilizados para burlar a segurança de unidades prisionais. O equipamento, chamado de RF Patrol, emite sinais para avisar a aproximação de aeronaves não tripuladas a um local determinado, neutralizando o sinal dos aparelhos criminosos e indicando, com precisão, de onde parte o comando de voo.
O RF Patrol faz parte do Kit de Imediata Resposta, também chamado de Kit Anti-Drone, que conta ainda com outro aparelho: o Drone Gun. Essa tecnologia finaliza o processo de segurança, abatendo o drone, com precisão militar. O kit completo de equipamentos, que promete fechar o cerco ao arremesso de ilícitos a unidades prisionais por meio de drones - prática que passou a ser desafio no sistema prisional de todo o país - é, atualmente, utilizado por forças de segurança de países como os Estados Unidos e Ucrânia.
O kit começou a ser utilizado pela Segurança Pública do Estado nesta semana e já tem resultados: na segunda-feira (21/8), policiais penais da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana, abateram um drone criminoso que sobrevoava os arredores da unidade. Além da aeronave, os policiais apreenderam um celular, um chip e um cabo USB.
COMBATE A PRÁTICAS CRIMINOSAS- Os equipamentos vão ampliar o trabalho já realizado de combate a práticas criminosas com o uso de drones, como o arremesso de drogas, celulares, objetos cortantes e rastreadores para o interior das unidades prisionais. Essa tecnologia disruptiva impede que detentos tenham acesso a esses itens, com o intuito de evitar que eles cometam atividades criminosas e ilegais. E, com a possibilidade facilitada de localização do comando do voo, deve aumentar também a prisão de criminosos envolvidos.
O Kit Anti-Drone custou cerca de R$ 1,4 milhão e foi adquirido por meio de parceria entre o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), o Ministério Público do Trabalho e o Conselho da Comunidade do município Ipatinga, no Vale do Aço.
Para a aquisição foi necessária realização de estudo técnico feito pela equipe da Coordenação de Operações com Aeronaves Remotamente Pilotadas (Coarp) do Depen-MG. Além disso, policiais penais que integram o Grupamento de Patrulha Aérea (Gpaer) participaram de treinamento para o uso correto da tecnologia.
No ano de 2022, foram registradas 246 ocorrências de apreensões de materiais ilícitos provenientes de lançamentos de aeronaves remotamente pilotadas. Somente no primeiro semestre de 2023 foram contabilizadas 76 ocorrências, com três drones criminosos confiscados.