Em 10 de agosto comemora-se o Dia Internacional da Superdotação. No Brasil, o Censo Escolar do ano passado apontou que há 26.815 alunos identificados com altas habilidades ou superdotação nas escolas do país - o equivalente a 0,5% de todos os estudantes da educação básica. Esse percentual, no entanto, pode estar subestimado se comparado às estimativas da Organização para o Comércio e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que em outros países prevê uma variável entre 1% e 11% dos estudantes.
Para propiciar o desenvolvimento de competências das crianças com o perfil de altas habilidades/superdotação, o Curso de Psicologia do Campus Coração Eucarístico da PUC Minas desenvolve o projeto de extensão Enriquecimento da Aprendizagem para Desenvolvimento de Habilidades (Head), coordenado pela Profª Karina Fideles Filgueiras, que busca promover uma convivência saudável e acolhedora entre os participantes. Além dos estudantes, os pais e responsáveis participam de um ambiente dialógico de troca de experiências e recebem orientações dos professores e alunos extensionistas.
DESCRIÇÃO - Segundo especialistas, não existe uma definição consolidada para o que são pessoas superdotadas, mas o termo se popularizou para identificar quem tem uma inteligência muito acima da média, embora o raciocínio lógico, medido pelos testes de QI, não pode ser a única - e melhor - medida para identificar pessoas muito inteligentes. O termo “altas habilidades” é, então, o consenso usado para apontar quem é fora da curva em uma ou várias áreas do conhecimento, como matemática, artes, comunicação e esportes.
Em uma cartilha, o Ministério da Educação reforça que crianças com altas habilidades têm direitos garantidos por lei e que a escola precisa estar ciente. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) inclui alunos com “altas habilidades ou superdotação” - sem definir ou diferenciar os dois termos - no grupo daqueles que têm direito à educação especial, assim como alunos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento.
Entidades e organizações nacionais sem fins lucrativos defensoras dos direitos dos superdotados afirmam que a equipe pedagógica da escola pode apontar as altas habilidades e encaminhar a criança para avaliação psicológica, uma vez que a identificação tardia pode ocasionar bullying e isolamento do indivíduo porque há um desencaixe em relação a turma. Não raro a superdotação é confundida com hiperatividade, déficit de atenção, distúrbio desafiador opositor, autismo, etc.
Fontes: Profª Karina Fideles, coordenadora do Head; Profª. Drª. Betânia Diniz, diretora da Faculdade de Psicologia da PUC Minas; crianças atendidas pelo projeto e seus familiares.