28/07/2023 às 15h20min - Atualizada em 28/07/2023 às 15h20min
Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais
FONTE: CROSP - [email protected] - FOTO: Divulgação / Freepik
, Atendimento odontológico diante da doença deve ser humanizado e seguro
As hepatites virais são vistas como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Por isso, no Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho) o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) destaca o atendimento odontológico direcionado a pacientes acometidos pela doença. As hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves.
De acordo com o Ministério da Saúde, o impacto dessas infecções acarreta em aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático, ou cirrose associada às hepatites. Os sintomas das hepatites virais podem variar de acordo com o tipo (A, B, C, D e E). Pacientes portadores da hepatite B e C geralmente não apresentam sintomas, contudo, há relatos de fatores como cansaço, febre, mal-estar, enjoo, vômitos, dor abdominal, urina escura, fezes claras, além da pele e olhos amarelados (sintomas esses, mais comuns nas hepatites A, D e E), todos diretamente ligados às funções que o fígado tem no nosso corpo.
No Brasil, nos últimos 10 anos, foram diagnosticados mais de 42 mil casos de hepatite, nos quais, na maioria das vezes, os infectados são assintomáticos. O atendimento odontológico deve fazer parte dos cuidados de saúde para estes indivíduos. Nesse contexto, o cirurgião-dentista e presidente da Câmara Técnica de Patologia do CROSP, Dr. Fabio Luiz Coracin, explica que a anamnese é fundamental. “A anamnese faz parte do exame clínico de qualquer paciente que tenhamos que cuidar. É o momento em que o profissional vai buscar as informações sobre a saúde geral e fazer o julgamento propedêutico diante dos achados para chegar a um momento de tomada de decisão da melhor forma de atender com segurança cada um dos indivíduos.”
As hepatites virais são classificadas em A, B, C, D (Delta) e E. O conhecimento acerca dos tipos de hepatites e sobre a transmissão de doenças nos consultórios odontológicos contribui para que os cirurgiões-dentistas realizem os procedimentos odontológicos de maneira mais segura, incorporando à sua rotina de trabalho as particularidades em relação às condutas clínicas perante os portadores da doença. “O que muda nos tipos da doença é a forma de transmissão e o desenvolvimento da doença, que devemos pensar na forma aguda ou crônica. Os vírus A e E são capazes de desenvolver hepatite na forma aguda, enquanto os vírus B, C e D têm potencial para desenvolver formas crônicas de hepatite”, explica.
Segundo o cirurgião-dentista, é recomendável que o tratamento odontológico nos casos de hepatites agudas seja feito após a recuperação clínica e laboratorial dos indivíduos, focando, principalmente, nos distúrbios de coagulação. Ele explica, ainda, que, nos casos de hepatites crônicas, os distúrbios de coagulação também fazem parte do raciocínio propedêutico e devido à lesão do fígado, comum nestas condições, os exames de função do fígado também devem ser pensados.
No consultório, o atendimento ao paciente com diagnóstico de hepatite (desde o acolhimento até o final da conduta), seja ela a curto prazo ou não, deve ocorrer de forma humanizada. De acordo com o especialista, a formação da Odontologia tem dado pouco enfoque no tratamento de pessoas com algum comprometimento sistêmico, o que pede ao profissional formado que se prepare para o acolhimento destas pessoas e de igual forma, consiga discernir que o tratamento odontológico deve ser o mesmo, incluindo os cuidados necessários contra a doença na sua respectiva fase de evolução.
Dr. Fabio pontua também que, como em qualquer situação clínica no ambiente odontológico, deste ou de qualquer outro paciente não portador de doença infecciosa, os protocolos gerais de biossegurança devem ser seguidos rigorosamente.