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22/06/2023 às 16h00min - Atualizada em 22/06/2023 às 16h00min

Do like ao deslike: as armadilhas das redes sociais no mundo profissional

FONTE: Queissada Comunicação - Rafaela Eufrosino - [email protected] - FOTO: Freepik
O número de profissionais que vivem no Brasil, mas trabalham para o exterior aumentou 491% entre 2020 e 2022
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Segundo pesquisa, 77% dos gerentes de contratação usam as redes como uma forma de pesquisar candidatos
 
A cultura do cancelamento tem se tornado um tema cada vez mais presente nas discussões atuais, principalmente no contexto das redes sociais. Caracterizada pela prática de boicotar, excluir ou desaprovar publicamente indivíduos e empresas por suas ações, ou declarações consideradas inadequadas, essa política revela, entre outras coisas, aquilo que consideramos aceitável e comum no Brasil, podendo não ser bem-visto em outros locais do mundo. Nesse sentido, é fundamental tomar cuidado com o que postamos, especialmente quando se trata de posts de colegas de trabalho.
 
Uma pesquisa da empresa de análise de mercado Harris Poll evidenciou que 71% dos gerentes de contratação dos EUA acreditam que olhar os perfis de redes sociais é uma maneira eficaz de selecionar os futuros empregados. 77% dos gerentes de contratação usam as redes sociais para pesquisar backgrounds, e mais da metade deles diz ter encontrado conteúdo que os levou a rejeitar um candidato.
 
Em uma era em que as redes sociais são parte integral do cotidiano, muitos usam essas plataformas para expressar suas opiniões, compartilhar informações e interagir com outros usuários. No entanto, é necessário ter consciência de que aquilo que publicamos online pode ter repercussões significativas, tanto positivas quanto negativas.
 
“As redes sociais são poderosas ferramentas de comunicação e fonte de informação, mas também podem se tornar uma armadilha para aqueles que não exercem a devida cautela. Um comentário mal colocado, uma piada insensível ou uma opinião controversa podem rapidamente se espalhar e ganhar proporções inesperadas. Isso ocorre porque a cultura do cancelamento ganhou força nos últimos anos e ao participar de um processo seletivo, os recrutadores analisam não apenas o currículo do candidato e o perfil durante as dinâmicas mas também a presença da pessoa nas mídias sociais para entender se o profissional corresponde à imagem que a empresa preza”, aborda Juliana Frigerio, diretora acadêmica da WorldEd School - rede de ensino americana com viés internacional.
 
Os costumes brasileiros não se aplicam em outros países, assim, ao realizar publicações nas mídias sociais é de extrema importância cuidar para não manchar a sua imagem perante as empresas internacionais, principalmente em um contexto onde se pretende trabalhar para empresas multinacionais. O número de profissionais que vivem no Brasil, mas trabalham para o exterior aumentou 491% entre 2020 e 2022, conforme pesquisa da Husky, plataforma que facilita o recebimento de transferências internacionais. As empresas de outros países também recorrem às redes sociais para obter informações adicionais sobre os candidatos antes de decidir pela contratação. O que é postado pode influenciar a percepção dos empregadores sobre um candidato, afetando sua imagem profissional e suas oportunidades de carreira.
 
Além disso, os posicionamentos pessoais influenciam na imagem da instituição. Uma ação ou declaração controversa de um colaborador, ou da própria organização, pode repercutir negativamente nas redes sociais, resultando em despedimento, danos à reputação da empresa, perda de clientes e até mesmo impactos financeiros significativos para ambos os lados.
 
“Vivemos em uma era de conexão global instantânea, onde pensamentos, ideias e imagens compartilhadas podem ter um impacto imediato em todo o mundo. Essa realidade transformou a internet em uma verdadeira ´pangeia digital´. No entanto, é primordial reconhecer que crianças e adolescentes estão em processo de formação do pensamento crítico e podem se tornar vítimas do cancelamento virtual, o que pode afetar suas vidas de maneira irreversível. Uma vez que algo é publicado na internet, permanece para sempre. Esse fato desencadeia um desequilíbrio emocional que, mesmo nos adultos mais confiantes, têm dificuldade em gerenciar. Diante disso, é crucial que famílias e escolas ampliem as conversas sobre como agir como cidadãos do mundo digital. É imprescindível conscientizar sobre a responsabilidade que cada indivíduo possui ao utilizar essas plataformas e como podemos promover um ambiente virtual mais seguro e saudável para todos”, pontua a Diretora Acadêmica da WordEd School.
 
A cultura do cancelamento tem o potencial de afetar tanto os jovens profissionais quanto as empresas, portanto, é preciso ter cautela com o que postamos e com o que os outros podem publicar sobre nós. É necessário reconhecer que cultivar um ambiente online respeitoso, considerando as diferenças culturais e sociais, evita consequências negativas tanto no âmbito profissional quanto pessoal.
 
Frigerio destaca a necessidade de formarmos cidadãos globais, pois serão profissionais que saberão desde cedo usar as redes sociais. “Estamos testemunhando a colonização de um novo planeta, onde pessoas de todas as idades - crianças, jovens, adultos e idosos - estão habitando simultaneamente, a ´pangea digital´. Por esta razão, na WorldEd School, as plataformas online são incorporadas ao cotidiano dos alunos, visando desenvolver a habilidade de utilizá-las de maneira assertiva com pessoas, profissionais e instituições em diversos locais do mundo. Através dessa abordagem, os estudantes são capacitados para compreender os desafios e benefícios dessas plataformas, promovendo uma interação responsável e consciente no ambiente digital”, finaliza.

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